Antes de me aventurar na sessão de G.I. Joe - A Origem de Cobra veio à mente aquela pergunta que atiçou o meu apetite cinéfilo ao longo desse três meses de verão norte-americano: “será que vai ser este?”. Contudo, não havia muito que se esperar de uma adaptação pouco fiel e descaradamente exagerada (vide o trailer) do desenho Comandos em Ação dos anos 1980 dirigida pelo homem que deu Van Helsing ao mundo. Bom, em meio a uma enxurrada de filmes-pipoca - quase todos continuações de franquias de sucesso - que não cumpriram o que prometiam e embora não houvesse uma grama de expectativa quanto a sua duvidosa qualidade, G.I. Joe até surpreende. É um sopro de originalidade (sic) e fecha a temporada como o filme mais divertido do ano. Menos mal.
Visto pela ótica de um pirralho de 10 anos que brinca de forma histérica no chão da sala com um punhado de action figures dos Joes, o longa é um alento para qualquer delírio juvenil. E, bem, não é preciso ter um QI 180 para ir ao cinema ver esse tipo de filme de ação, já que boa parte de nós deixa a sanidade em casa antes de sentar na poltrona da sala escura. E o diretor Stephen Sommers, sabendo bem disto, resgata de forma nada sutil aquele moleque sedento de adrenalina e aventura que reside no subconsciente de cada um de nós. Tido como uma espécie de Rei Midas ao contrário (subverte qualquer relíquia da cultura pop que toca), o diretor é um enfant terrible em Hollywood, causando medo nos céticos a simples menção de seu nome. Mas, apesar do preconceito, Sommers é bem intencionado e realizou um ótimo trabalho no comando do filme dos Joe, embora tenha descaracterizado alguns personagens (Breaker, por exemplo, virou árabe). E mesmo com um visual século XXI, os Joes ainda são os mesmos de 20 anos atrás. Proferem frases clichês, possuem armamento e toda uma parafernália militar surreal, encaram qualquer perigo com a pacificidade de um monge e os momentos de ação são inacreditáveis. Uma palavra: beleza!
Não espere um roteiro coeso ou alguma lógica nas traquitanas dos Joes (cérebro pra quê mesmo?), muito menos um conhecimento mais profundo de cada personagem. Em quase 2 horas de filme Sommers tem pressa pra tudo e gera um filme acelerado demais e sem um pingo de moralismo. Ainda assim consegue deixar bem claro e bem explicitado para o público quem é quem e de que lado está. E orquestra de forma racional todas as cenas de ação - uma lição que Michael Bay insiste em não aprender. Um bom exemplo é a espetacular seqüência pelas ruas de Paris (desde já a melhor cena de ação do ano!). Também não espere ótimas atuações do elenco. Mas pelo visto nenhum dos atores parece se importar em fazer cara de mau e exercitar sua canastrice - afinal, se envolver num filme desse porte não compromete a carreira de ninguém. Dennis Quaid, Marlon Wayans e Channing Tatum estão muito bem à vontade. Rachel Nichols e Sienna Miller também e aproveitam a exposição para exibir seus “dotes artísticos”. Sommers não deixa ninguém constrangido, nem os atores nem o público, e ao fim do espetáculo ainda brinda a platéia com a explosiva nova música do Black Eyed Peas no correr dos créditos finais. Fim de papo. G.I. Joe - A Origem de Cobra é como um passeio no parque de diversões. Agrada e diverte enquanto dura. E deixa um bem-vindo sorriso no rosto durante um longo tempo depois.
NOTA: 9,0
Visto pela ótica de um pirralho de 10 anos que brinca de forma histérica no chão da sala com um punhado de action figures dos Joes, o longa é um alento para qualquer delírio juvenil. E, bem, não é preciso ter um QI 180 para ir ao cinema ver esse tipo de filme de ação, já que boa parte de nós deixa a sanidade em casa antes de sentar na poltrona da sala escura. E o diretor Stephen Sommers, sabendo bem disto, resgata de forma nada sutil aquele moleque sedento de adrenalina e aventura que reside no subconsciente de cada um de nós. Tido como uma espécie de Rei Midas ao contrário (subverte qualquer relíquia da cultura pop que toca), o diretor é um enfant terrible em Hollywood, causando medo nos céticos a simples menção de seu nome. Mas, apesar do preconceito, Sommers é bem intencionado e realizou um ótimo trabalho no comando do filme dos Joe, embora tenha descaracterizado alguns personagens (Breaker, por exemplo, virou árabe). E mesmo com um visual século XXI, os Joes ainda são os mesmos de 20 anos atrás. Proferem frases clichês, possuem armamento e toda uma parafernália militar surreal, encaram qualquer perigo com a pacificidade de um monge e os momentos de ação são inacreditáveis. Uma palavra: beleza!
Não espere um roteiro coeso ou alguma lógica nas traquitanas dos Joes (cérebro pra quê mesmo?), muito menos um conhecimento mais profundo de cada personagem. Em quase 2 horas de filme Sommers tem pressa pra tudo e gera um filme acelerado demais e sem um pingo de moralismo. Ainda assim consegue deixar bem claro e bem explicitado para o público quem é quem e de que lado está. E orquestra de forma racional todas as cenas de ação - uma lição que Michael Bay insiste em não aprender. Um bom exemplo é a espetacular seqüência pelas ruas de Paris (desde já a melhor cena de ação do ano!). Também não espere ótimas atuações do elenco. Mas pelo visto nenhum dos atores parece se importar em fazer cara de mau e exercitar sua canastrice - afinal, se envolver num filme desse porte não compromete a carreira de ninguém. Dennis Quaid, Marlon Wayans e Channing Tatum estão muito bem à vontade. Rachel Nichols e Sienna Miller também e aproveitam a exposição para exibir seus “dotes artísticos”. Sommers não deixa ninguém constrangido, nem os atores nem o público, e ao fim do espetáculo ainda brinda a platéia com a explosiva nova música do Black Eyed Peas no correr dos créditos finais. Fim de papo. G.I. Joe - A Origem de Cobra é como um passeio no parque de diversões. Agrada e diverte enquanto dura. E deixa um bem-vindo sorriso no rosto durante um longo tempo depois.
NOTA: 9,0