Bom, falar de Crepúsculo em tempos de Lua Nova é algo um tanto ultrapassado. Mas, visto que o estrondoso sucesso do segundo filme da saga elevou Stephenie Meyer ao status de J.K. Rowling, resolvi tirar a crítica do primeiro filme do limbo e postar com um ano de atraso. Quero que fique bem claro que nunca foi intenção minha expô-la aqui. Não assisti ao filme no cinema, apenas em DVD. E atualmente nem ando colocando resenhas de filmes que assisto em casa. Mas o lançamento de Lua Nova me fez resgatar aquele velho insight, já um tanto apagado e esquecido, reavaliá-lo e colocar à mostra pra quem quiser ver.
Crepúsculo é tipo de filme que todo mundo gosta de denegrir, mas no fundo adora. Eu admito que pessoalmente relutei bastante em vê-lo, mas acabei cedendo. Não foi por preconceito não, foi puro desinteresse na trama. Trama que, aliás, não é mais nenhuma novidade. A diretora Catherine Hardwicke até que se esforça para fazer um trabalho digno, autoral, mas é evidente que cada tomada, cada close, cada suspiro, enfim, cada detalhe foi milimetricamente planejado para o filme tornar-se um produto lucrativo e não uma obra de qualidade - se é que alguém acreditava nisto. O primeiro livro da saga, com sua prosa rápida e envolvente, não tinha foco de destino. Qualquer um que o lesse poderia gostar e ponto final. Mas ao ser adaptado para o cinema, naquele joguete típico de “vamos arrumar um público-alvo”, enxugaram a história e centraram no que os fãs queriam ver: o romance pueril entre Edward e Bella. Não que seja ruim, porém, constatando-se que o filme é um mero produto de entretenimento e não uma adaptação de respeito (como os capítulos 3, 4 e 5 de Harry Potter, por exemplo), isso chega a ser entediante. Mas a estratégia deu certo e o filme foi um sucesso. Se funcionou bem no primeiro, funcionará bem no segundo. E por aí vai.
Crepúsculo tem tomadas chatas e enjoativas - principalmente as aéreas da floresta, algumas até um tanto vergonhosas. Tem momento de dar sono. Mesmo assim é um filme mediano. As cenas de ação são apressadas e mal planejadas (culpa da total falta de experiência da diretora com as mesmas), mas até que convencem, principalmente no clímax. O filme ganha pontos mesmo cada vez que parte do clã de vampiros “do mal” entra em cena, e também por não estereotipar os adolescentes, fugindo do comum dos filmes que os têm como protagonistas. Falando neles, é inegável que Crepúsculo seja um filme teen e que agrade em sua maioria as mulheres. Não por causa da palidez plástica do Robert Pattinson, mas por conta do cavalheirismo extremo de seu Edward, sua forma de cortejar, de demonstrar amor por Bella, de lutar por ela e, claro, sua imensa força de vontade em não sorver seu sangue. E é aqui onde entra a metáfora da castidade criada pela autora que fez os livros da série viraram febre e as fãs soluçarem no escurinho do cinema. Edward é um príncipe encantado de presas afiadas e Pattinson até que segura bem a onda como galã da vez, apesar de certa canastrice em determinados momentos. Já a Bella de Kristen Stewart parece perdida, meio zonza, meio fora de órbita. Difícil dizer às vezes se as expressões que faz são de medo ou de admiração. A trilha sonora meio pop, meio emo dá uma levantadinha no astral do longa e seu desfecho, apesar de piegas, tem um diálogo agradável entre os protagonistas. Nada mais. Crepúsculo faz parte de um plano e ele está funcionado, como já disse Kevin Smith em sua genial palestra na Comic Con deste ano. Daí é só esperar mais do mesmo daqui pra frente.
NOTA: 7,0
Crepúsculo é tipo de filme que todo mundo gosta de denegrir, mas no fundo adora. Eu admito que pessoalmente relutei bastante em vê-lo, mas acabei cedendo. Não foi por preconceito não, foi puro desinteresse na trama. Trama que, aliás, não é mais nenhuma novidade. A diretora Catherine Hardwicke até que se esforça para fazer um trabalho digno, autoral, mas é evidente que cada tomada, cada close, cada suspiro, enfim, cada detalhe foi milimetricamente planejado para o filme tornar-se um produto lucrativo e não uma obra de qualidade - se é que alguém acreditava nisto. O primeiro livro da saga, com sua prosa rápida e envolvente, não tinha foco de destino. Qualquer um que o lesse poderia gostar e ponto final. Mas ao ser adaptado para o cinema, naquele joguete típico de “vamos arrumar um público-alvo”, enxugaram a história e centraram no que os fãs queriam ver: o romance pueril entre Edward e Bella. Não que seja ruim, porém, constatando-se que o filme é um mero produto de entretenimento e não uma adaptação de respeito (como os capítulos 3, 4 e 5 de Harry Potter, por exemplo), isso chega a ser entediante. Mas a estratégia deu certo e o filme foi um sucesso. Se funcionou bem no primeiro, funcionará bem no segundo. E por aí vai.
Crepúsculo tem tomadas chatas e enjoativas - principalmente as aéreas da floresta, algumas até um tanto vergonhosas. Tem momento de dar sono. Mesmo assim é um filme mediano. As cenas de ação são apressadas e mal planejadas (culpa da total falta de experiência da diretora com as mesmas), mas até que convencem, principalmente no clímax. O filme ganha pontos mesmo cada vez que parte do clã de vampiros “do mal” entra em cena, e também por não estereotipar os adolescentes, fugindo do comum dos filmes que os têm como protagonistas. Falando neles, é inegável que Crepúsculo seja um filme teen e que agrade em sua maioria as mulheres. Não por causa da palidez plástica do Robert Pattinson, mas por conta do cavalheirismo extremo de seu Edward, sua forma de cortejar, de demonstrar amor por Bella, de lutar por ela e, claro, sua imensa força de vontade em não sorver seu sangue. E é aqui onde entra a metáfora da castidade criada pela autora que fez os livros da série viraram febre e as fãs soluçarem no escurinho do cinema. Edward é um príncipe encantado de presas afiadas e Pattinson até que segura bem a onda como galã da vez, apesar de certa canastrice em determinados momentos. Já a Bella de Kristen Stewart parece perdida, meio zonza, meio fora de órbita. Difícil dizer às vezes se as expressões que faz são de medo ou de admiração. A trilha sonora meio pop, meio emo dá uma levantadinha no astral do longa e seu desfecho, apesar de piegas, tem um diálogo agradável entre os protagonistas. Nada mais. Crepúsculo faz parte de um plano e ele está funcionado, como já disse Kevin Smith em sua genial palestra na Comic Con deste ano. Daí é só esperar mais do mesmo daqui pra frente.
NOTA: 7,0