segunda-feira, 13 de outubro de 2008

O Incrível Hulk

Ele voltou, o Hulk voltou! E voltou justamente num período de transição, fazendo seus estragos básicos como parte do plano da Marvel de dominação global. E, sinceramente, não foi exatamente da forma como eles planejaram. O segundo filme do Hulk é bom. E só. E nem adianta botar a culpa no Batman porque o mesmo só entrou em cartaz um mês depois. De quem foi a culpa, então? Da falta de experiência do diretor Louis Leterrier? Do ego de Edward Norton? Das pretensões exageradas da Marvel? Ou mesmo de Ang Lee, que fez o filme errado (ou certo) na época errada? Deus dirá.

O fato é que o Hulk não é um personagem carismático quanto, por exemplo, o Homem de Ferro - que, mesmo sem tanta popularidade, fez fortuna nas bilheterias um mês antes. E, apesar de ser querido entre os nerds (e as crianças), não é um herói para todos os públicos. Mas o detalhe de não ter arrecadado o que se esperava não está ligado somente a este fator. Como eu disse lá em cima, o filme é apenas bom. Não surpreende, empolga pouco e deixa aquela desagradável sensação de que poderia ser melhor. Mas não desanime: o filme tem seus momentos. Por favor, só não queiram que eu compare o Hulk que Ang Lee dirigiu em 2003 com este O Incrível Hulk. Para mim é o mesmo que comparar um Filé à Parmegiana com um Filé com Fritas. Dois pratos que, apesar do componente principal ser o mesmo, têm sabores completamente diferentes. Sem falar que há quem prefira mais um do que o outro. Então, são dois filmes bons e pronto. Assunto cinefágico encerrado.

Vamos aos prós: Edward Norton se enquadra melhor no papel de Bruce Banner. Nada contra Eric Bana (como disse Seth Rogen em Ligeiramente Grávidos, vamos beber está noite em homenagem a ele), o cara é um ótimo ator, mas era marrento e neurótico demais para o papel. Já Norton, com seu físico franzino e olhar de desespero, lembra bastante o Banner de papel como a pessoa mais improvável do mundo para se tornar um monstro verde, tal qual Bill Bixby, o ator que personificou o cientista na antiga série de TV. O filme tem mais ação, mais destruição, está carregado de referências ao universo Marvel, o Hulk está mais crível e tem um oponente à altura para brincar no clímax. Os contras: a edição é brusca (acredite, em 10 minutos de perseguição pelas favelas do Rio de Janeiro, sem pausa, Norton corre das 5 da manhã às 6 da tarde), o roteiro promove certas grosserias (em 17 dias Banner vai do Brasil aos Estados Unidos a pé!), está repleto de tomadas desnecessárias e, por vezes, chatas - principalmente aquelas que emulam a já citada série de TV, Liv Tyler não convence como cientista e o humor (quê?), com exceção de uma cena bem sacada, é forçado demais. De resto, “Hulk esmaga”. Nem vale o fato de o filme deixar um gancho para uma seqüência (que incluiria o vilão Líder). Devido a baixa bilheteria só veremos o Gigante Esmeralda no filme dos Vingadores. Em tempo: o melhor (mesmo) do filme é a ponta de Robert Downey Jr. como Tony Stark. Depois do sucesso acachapante de Batman - O Cavaleiro das Trevas, espera-se que a Marvel aprenda a lição. Que venha o próximo herói da lista.

NOTA: 7,5

Um comentário:

Anônimo disse...

Gostei muito do filme, mas o filme se torna estranho quando o elenco muda, parece que não é uma continuação, mas adorei todas as cenas de ação muito diferente do primeira que só lutava contra o exercito...