terça-feira, 12 de maio de 2009

X-Men Origens: Wolverine

Confesso que fiquei com uma incomoda questão ao fim da sessão de X-Men Origens: Wolverine: será que eu li muita HQ ou será que li pouca? Afinal, não entendi a avalanche de críticas detrativas que soterrou o filme. Sério mesmo. Ok, o filme não é a 7ª maravilha do cinema, nem muito menos é adulto e visceral como Batman - O Cavaleiro das Trevas (as comparações, inclusive, já estão cansando), até porque, como se vê, a Marvel caminha na contramão da DC. Agora, como produto de entretenimento e espetáculo de ação – justamente a forma como foi concebido – o primeiro filme solo do mutante mais popular dos quadrinhos cumpre bem o seu papel. E, ao final, não deixa o dissabor que X-Men: O Confronto Final deixou.

Apesar da decepção de alguns fãs quanto à seriedade de Wolverine ou mesmo a alguns momentos de agressividade excessiva, é bom ressaltar que o personagem nas telas é quase uma cópia de sua versão em quadrinhos. Porém, um tanto diferente para aqueles que o conhecem de uma única fonte (as HQs dos anos 1990). Mas digamos que o roteiro de David Benioff mescla bem as histórias criadas por Chris Claremont e John Byrne (das quais sou fã) com a mini-série Origem de Paul Jekins e Andy Kubert sem ignorar a mitologia desenvolvida para o cinema.

Visto por uma ótica de iniciante, ou por quem é fã apenas dos desenhos animados ou da trilogia cinematográfica, o filme é um arraso. Entretanto, caso você seja um fã mais radical ou esperar a qualidade técnica de um X-Men 2, vai se frustrar. Não vou culpar o diretor Gavin Hood, que, mesmo sendo iniciantes em blockbusters, fez um ótimo trabalho. A culpa é dos produtores da Fox, opinantes e exigentes, que queriam um produto até certo ponto descartável, que gerasse dinheiro suficiente para seguir com a franquia dos mutantes no cinema. Daí o motivo de ter descontentado muita gente. Mas, convenhamos, o filme deslancha bem e tem cena memoráveis – o nascimento de Wolverine no tanque de adamantium é tão antológico quanto sua primeira aparição em X-Men - O Filme. E Hugh Jackman que, sem se esforçar mais para interpretar, deu ao papel de sua vida um tom mais apropriadamente animalesco.

Mas nem tudo é perfeito. A visível ganância dos produtores em criar franquias derivadas quebra o ritmo do filme. É chato o fato de, no terço final do filme, ficar a sensação de que a história não vai acabar e que um Wolverine 2 está na fila (e não estou nem contando com a intragável solução final dada). Certos exageros também comprometem a já duvidosa qualidade, visto que só agradam a adolescentes descerebrados que acham tudo “massa”. Além de dar pouca expressividade a certos personagens. Gambit, por exemplo, está ali apenas por mera desculpa do roteiro e não faria a mínima falta caso não tivesse dado as caras. E Deadpool, um dos personagens mais cool criados na década de 1990, tem pouco tempo em cena e ainda conseguiram estraga-lo no final. Não vou nem comentar a idéia de darem um filme solo a ele. Mesmo assim, X-Men Origens: Wolverine é um bom começo para o que supostamente vem por aí. Já que a seqüência já está agendada, quem sabe eles não dão mais liberdade ao diretor Gavin Hood. A passagem de Logan pelo Japão tem muito o que se contar. Sem falar que ainda tem a Tropa Alfa... Trilogia? Veremos.

NOTA: 9,0

2 comentários:

Sandro Cavallote disse...

O filme me surpreendeu positivamente também, talvez pela quantidade de gente descendo o sarrafo nele. Mas é um X-Movie, não tem como dizer que não é...

Kleyton M Gomes disse...

Sabe pra quem gosta de se enganar nas futuras promessas de um filme mais "serio" e "original" fica sempre a esperança, pois tivemos muitos filmes do Batman que sinceramente parecia mais filmes de aventura com uma pitada de humor, até surgirem as ultimas duas versões que fazem esquecer as outras, pensando por este angulo teremos mais alguns filmes DIFERENTES até chegarmos a verdadira historia com seus ricos e preciosos detalhes...Ainda prefiro as HQ!