McG é o Dr. Victor Frankenstein do cinema. Ao ser escolhido para ressuscitar a franquia Terminator, o diretor se encheu de excitação, fascínio e admiração pelo posto que assumira, se dedicou ao máximo a labuta e obrigou o mundo a se orgulhar do que concebeu. O resultado porém, tal o monstro de Frankenstein, é ao mesmo tempo impressionante e assustador. McG deu vida a O Exterminador do Futuro: A Salvação montando-o com pedaços dos outros três filmes da saga. O 4º filme é descaradamente o novo começo da franquia, agora situada no futuro já plantado por James Cameron há 25 anos. E ao ver aquele corpo morto na íntegra (o futuro apocalíptico dominado pelas máquinas) caminhar pela tela, dá até para ouvir o grito empolgado do doutor, digo, do diretor: ‘It´s alive!’
É clara a ambição dele em fazer de T4 uma obra que fugisse do rótulo fácil de “filme de verão” e tentar provar de uma vez por todas que consegue fazer algo melhor que As Panteras. O resultado, como já falei, empolga e decepciona. Ao recomeçar a saga de um ponto interessante (o futuro), McG tentou realizar uma continuação independente, isto é, uma seqüência que, apesar da cronologia confusa de datas, poderia viver sem seus antecessores. Entretanto, o mal que assola Hollywood – aquele que obriga os grandes filmes a abrir espaço para a já certa continuação – manda toda sua independência e originalidade pelo ralo. Seqüências têm que surpreender ao serem o que são, e não precisam necessariamente trazer derivados na sua cola. Mesmo assim, McG dirige o filme com uma sinceridade admirável; controla todo aquele histrionismo peculiar que lhe deu fama de exagerado e consegue transmitir todo o carinho que tem pelo material ao conduzir a trama com maestria. Até Danny Elfman com seus acordes eloqüentes mantêm-se discreto ao reger a trilha sonora.
Mas o futuro da saga, literalmente, é algo complexo de se lidar e McG, infelizmente, ainda não é um diretor de cacife para lidar com tamanha complexidade. Seu Frankenstein claudica e não é pouco. Uma das coisas mais legais dos filmes anteriores, principalmente dos dois primeiros, era a tensão ininterrupta, o fato de algo praticamente indestrutível estar na cola dos protagonistas o tempo inteiro, sem trégua, sem descanso, e a ação espetacular vinha desses momentos de correria. Neste não há aquele suspense angustiante, não há mais a esperança vã de que o futuro possa ser mudado. Já estamos nele e a guerra entre humanos e máquinas é concreta. O óbvio toma conta da batalha. As cenas de ação são bem coreografadas (vide a seqüência com as motoexterminadoras), mas fogem do controle às vezes. Existem porque tem que existir (ora bolas, é um filme de ação!), só que não fazem mais parte do contexto da história.
John Connor agora assume o posto de líder ao qual tanto profetizaram e Christian Bale segura bem este legado. Mas é na grata surpresa Sam Worthington que repousa toda a alma do longa. Seu Marcus Wright é o ponto de equilíbrio da guerra. Mezzo humano, mezzo máquina, ele mescla bem a humanidade hipócrita dos sobreviventes com a sagacidade e sensatez fria dos robôs. E por incrível que pareça, demonstra mais humanidade do que todos ali. À parte disso, McG também aproveita alguns momentos para homenagear James Cameron. Peraí, homenagear? Por favor, o filme é uma continuação de fatos não uma refilmagem. Ninguém morreu, não há necessidade de se copiar cenas de outros filmes como forma de respeito ao criador. O filme em si, por existir, já é uma homenagem. Bastasse isto. Até a ponta do T-800 “interpretado” por Schwarzenegger parece mais um tributo do que algo realmente essencial à história. O Exterminador do Futuro: A Salvação diverte muito, mas McG ainda vai ter que ralar bastante para chegar ao PhD de Cameron. Só que depois desse Frankenstein que ele criou e depois de sua conclusão esperançosa e piegas, não é de espantar que ele venha com um A Noiva de Frankenstein na próxima. Hum...
NOTA: 8,0
É clara a ambição dele em fazer de T4 uma obra que fugisse do rótulo fácil de “filme de verão” e tentar provar de uma vez por todas que consegue fazer algo melhor que As Panteras. O resultado, como já falei, empolga e decepciona. Ao recomeçar a saga de um ponto interessante (o futuro), McG tentou realizar uma continuação independente, isto é, uma seqüência que, apesar da cronologia confusa de datas, poderia viver sem seus antecessores. Entretanto, o mal que assola Hollywood – aquele que obriga os grandes filmes a abrir espaço para a já certa continuação – manda toda sua independência e originalidade pelo ralo. Seqüências têm que surpreender ao serem o que são, e não precisam necessariamente trazer derivados na sua cola. Mesmo assim, McG dirige o filme com uma sinceridade admirável; controla todo aquele histrionismo peculiar que lhe deu fama de exagerado e consegue transmitir todo o carinho que tem pelo material ao conduzir a trama com maestria. Até Danny Elfman com seus acordes eloqüentes mantêm-se discreto ao reger a trilha sonora.
Mas o futuro da saga, literalmente, é algo complexo de se lidar e McG, infelizmente, ainda não é um diretor de cacife para lidar com tamanha complexidade. Seu Frankenstein claudica e não é pouco. Uma das coisas mais legais dos filmes anteriores, principalmente dos dois primeiros, era a tensão ininterrupta, o fato de algo praticamente indestrutível estar na cola dos protagonistas o tempo inteiro, sem trégua, sem descanso, e a ação espetacular vinha desses momentos de correria. Neste não há aquele suspense angustiante, não há mais a esperança vã de que o futuro possa ser mudado. Já estamos nele e a guerra entre humanos e máquinas é concreta. O óbvio toma conta da batalha. As cenas de ação são bem coreografadas (vide a seqüência com as motoexterminadoras), mas fogem do controle às vezes. Existem porque tem que existir (ora bolas, é um filme de ação!), só que não fazem mais parte do contexto da história.
John Connor agora assume o posto de líder ao qual tanto profetizaram e Christian Bale segura bem este legado. Mas é na grata surpresa Sam Worthington que repousa toda a alma do longa. Seu Marcus Wright é o ponto de equilíbrio da guerra. Mezzo humano, mezzo máquina, ele mescla bem a humanidade hipócrita dos sobreviventes com a sagacidade e sensatez fria dos robôs. E por incrível que pareça, demonstra mais humanidade do que todos ali. À parte disso, McG também aproveita alguns momentos para homenagear James Cameron. Peraí, homenagear? Por favor, o filme é uma continuação de fatos não uma refilmagem. Ninguém morreu, não há necessidade de se copiar cenas de outros filmes como forma de respeito ao criador. O filme em si, por existir, já é uma homenagem. Bastasse isto. Até a ponta do T-800 “interpretado” por Schwarzenegger parece mais um tributo do que algo realmente essencial à história. O Exterminador do Futuro: A Salvação diverte muito, mas McG ainda vai ter que ralar bastante para chegar ao PhD de Cameron. Só que depois desse Frankenstein que ele criou e depois de sua conclusão esperançosa e piegas, não é de espantar que ele venha com um A Noiva de Frankenstein na próxima. Hum...
NOTA: 8,0
Um comentário:
Adorei seu comentário, não retiraria nenhuma virgula, imagino mesmo um caração batendo dentro de esqueleto de ferro ou um outro "VOLWERINE" até com as suas regenerações, tanta imaginação que acabou exagerando, principalmente no Poderoso Frankenstein doador de coração...
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