terça-feira, 21 de julho de 2009

A Era do Gelo 3


O diretor Carlos Saldanha parece que levou bomba nas provas de História do ensino fundamental. Esta é única razão para explicar a inclusão de dinossauros em plena era glacial. Ele parece não se importar com isto. Pra ser sincero, nem eu. Nem o público que anda lotando as sessões de seu novo longa diariamente. A Era do Gelo 3 é simplesmente a melhor comédia do ano. Sim amigos, vocês leram bem: comédia. Esqueça os humoristas super-stars. Se quiser rir de verdade, sem culpa, sem apelação, sem grosserias, vá assistir um bom desenho animado!

A Era do Gelo 3 torna-se uma pérola cômica graças a química perfeita entre seu trio principal. Neste filme, apesar de alguns dilemas pessoais abalaram a amizade dos três, eles estão mais afiados do que nunca. Sem falar no trio de dubladores brasileiros, cada vez melhores em seus papéis. As vozes de Diogo Vilela, Tadeu Melo e Márcio Garcia já sem confundem com a personalidade de Manny, Sid e Diego. Parece que eles nasceram para dublá-los. Por mais que seja um simples desenho em CGI, desde o capítulo 2 que a série se assume como comédia. Sem a obrigação roteirística de ser um celeiro de citações e referências como os longas da Dreamworks ou mesmo ter um passo a frente em termos de narrativa e tecnologia como as obras da Pixar, a série quer apenas divertir crianças e adultos.

Com o roteiro amarrado nas lições sobre amizade e família, A Era do Gelo 3 conquista o público pela ingenuidade e pelas inúmeras confusões armadas pelos personagens. Engraçados por natureza, Manny, Sid e Diego são os irmãos Marx dos desenhos animados; os três patetas do período glacial. O que eles querem mesmo é nos fazer rir. E o diretor Carlos Saldanha, como bom brasileiro, dá o público o que ele gosta de ver. Neste 3º filme as piadas vêm aos montes. Você ri até quando não há motivo pra rir. Entre uma piada e outra (é bom avisar que o espaço entre elas é curtíssimo) há uma história sobre ter de lidar com a paternidade, a necessidade da família, a perda dos instintos naturais e, claro, companheirismo. Mesmo com tudo isso a trama não é tão envolvente quanto a dos capítulos anteriores, mas as piadas e as cenas de ação vertiginosas - outra marca da série - compensam bem este detalhe. Jogar dinossauros na era do gelo realmente foi mera desculpa esfarrapada.

Há também outros acertos. Personagens velhos e sem graça cedem lugar a novos e mais interessantes membros da trupe. Os irritantes irmãos gambás Crash e Eddie recebem um merecido segundo plano para Buck brilhar. Desde já o personagem animado mais legal da década. São dele os melhores diálogos e as melhores cenas. A doninha caolha é uma mistura dos psicóticos pingüins de Madagascar com o inquieto Hammy de Os Sem-Floresta e temperado com uma boa dose da tagarelice do Burro de Shrek. O antigo dono das melhores cenas, o esquilo Scrat, tem seu ritmo aceleradamente pastelão freado graças a presença de, vejam só, uma namorada. Suas cenas ainda continuam engraçadas, porém com outro estilo de piadas, destoando um pouco do clima do novo longa e de suas anteriores caçadas infindáveis em busca da noz inalcançável (que até fica de coração partido!). Neste caso, a namorada só surgiu para atrapalhar. Pior pra ele, melhor pra nós.

NOTA: 9,0

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