A lei natural diz que devemos aprender com os nossos erros. E mais: o dito popular acrescenta que insistir no erro é um atestado de burrice. Quando isto acontece com reles mortais como nós, às vezes ninguém nem se importa. Quando acontece com fenômenos intelectuais como o diretor descendente de indianos M. Night Shyamalan, autor de filmaços como O Sexto Sentido e Corpo Fechado, um simples descontentamento vira uma discussão infindável. O fato é que Shyamalan passou de gênio a genioso, de intelectual a burro em meros 4 anos. Seria praga? Não. Tudo culpa do próprio ego. De ambições maiores que as necessidades. Pois é.
Chegamos a Fim dos Tempos. O suposto pedido de desculpas aos fãs por ter concebido o (exageradamente) criticado A Dama n’Água, seu fracasso anterior. Sim amigos, sei que não é mais nenhuma novidade, mas Fim dos Tempos fracassou também. E mereceu. Não estou aqui para destronar o longa como fizeram alguns críticos especializados, e sim para atestar o fato de não ter gostado da obra. A começar, a escolha equivocada de Mark Wahlberg para encabeçar o elenco. Se Shyamalan conseguiu extrair ótimas performances de Bruce Willis, Mel Gibson, Joaquin Phoenix e Paul Giamatti é porque eles tem talento para isto. Já Wahlberg não passa de um atorzinho limitado dono de uma única expressão facial (canastrona). O mesmo pode ser dito de Zooey Deschanel, que faz a esposa em crise psicológica de Wahlberg. O diretor errou até na inserção do coadjuvante rouba-cena. Neste caso, não que John Leguizamo seja um ator ruim, mas seu personagem tem pouco destaque e sai de cena cedo demais. Até um dos grandes méritos do diretor – o de conduzir crianças com excelência – parece ter se perdido com o seu toque de Midas. A menininha da trama é péssima e sua personagem chata. Que saudades da Abigail Breslin.
Shyamalan só não perdeu a mão para a condução da trama. Nisto posso tirar o chapéu. Seu domínio de câmera ainda perfeito e seu dom de criar tensão em momentos aparentemente banais valem a locação. Porém, a história que tinha tudo para ser uma de suas mais assustadoras, acabou por esconder o pouco talento que lhe restou. Perdido entre situações chatas, acontecimentos sem explicações (continue lendo) e diálogos vergonhosos, o filme vai perdendo seu impacto a medida que seu fim se aproxima. Não faltou esforço, só boas intenções. E se sua real intenção foi criar um filme B ao estilo das produções paranóicas que pipocavam nos cinemas dos anos 1950 (tipo Os Invasores de Corpos), ficou só na intenção. Afinal, aquelas produções de outrora tinham razão para existir. Fim dos Tempos não. Passar uma mensagem ecológica? Hum, é bom prestar bem atenção caso alguém venha com essa desculpa. Em momento nenhum, incluso a explicação estapafúrdia do final, isto é evidenciado. E só. Fim dos Tempos é um caso em que o trailer é melhor que todo o filme. Ao mostrar as cenas chocantes (essas sim valem nota e não sairão tão cedo do inconsciente) em poucos minutos, o diretor deixava qualquer um salivando. Ao misturá-las a uma trama tola, a expectativa vira decepção. Bons eram os tempos antes desse "acontecimento". Fim de carreira? Bem, ainda tenho fé nele. Quem sabe na próxima vez...
Chegamos a Fim dos Tempos. O suposto pedido de desculpas aos fãs por ter concebido o (exageradamente) criticado A Dama n’Água, seu fracasso anterior. Sim amigos, sei que não é mais nenhuma novidade, mas Fim dos Tempos fracassou também. E mereceu. Não estou aqui para destronar o longa como fizeram alguns críticos especializados, e sim para atestar o fato de não ter gostado da obra. A começar, a escolha equivocada de Mark Wahlberg para encabeçar o elenco. Se Shyamalan conseguiu extrair ótimas performances de Bruce Willis, Mel Gibson, Joaquin Phoenix e Paul Giamatti é porque eles tem talento para isto. Já Wahlberg não passa de um atorzinho limitado dono de uma única expressão facial (canastrona). O mesmo pode ser dito de Zooey Deschanel, que faz a esposa em crise psicológica de Wahlberg. O diretor errou até na inserção do coadjuvante rouba-cena. Neste caso, não que John Leguizamo seja um ator ruim, mas seu personagem tem pouco destaque e sai de cena cedo demais. Até um dos grandes méritos do diretor – o de conduzir crianças com excelência – parece ter se perdido com o seu toque de Midas. A menininha da trama é péssima e sua personagem chata. Que saudades da Abigail Breslin.
Shyamalan só não perdeu a mão para a condução da trama. Nisto posso tirar o chapéu. Seu domínio de câmera ainda perfeito e seu dom de criar tensão em momentos aparentemente banais valem a locação. Porém, a história que tinha tudo para ser uma de suas mais assustadoras, acabou por esconder o pouco talento que lhe restou. Perdido entre situações chatas, acontecimentos sem explicações (continue lendo) e diálogos vergonhosos, o filme vai perdendo seu impacto a medida que seu fim se aproxima. Não faltou esforço, só boas intenções. E se sua real intenção foi criar um filme B ao estilo das produções paranóicas que pipocavam nos cinemas dos anos 1950 (tipo Os Invasores de Corpos), ficou só na intenção. Afinal, aquelas produções de outrora tinham razão para existir. Fim dos Tempos não. Passar uma mensagem ecológica? Hum, é bom prestar bem atenção caso alguém venha com essa desculpa. Em momento nenhum, incluso a explicação estapafúrdia do final, isto é evidenciado. E só. Fim dos Tempos é um caso em que o trailer é melhor que todo o filme. Ao mostrar as cenas chocantes (essas sim valem nota e não sairão tão cedo do inconsciente) em poucos minutos, o diretor deixava qualquer um salivando. Ao misturá-las a uma trama tola, a expectativa vira decepção. Bons eram os tempos antes desse "acontecimento". Fim de carreira? Bem, ainda tenho fé nele. Quem sabe na próxima vez...
NOTA: 5,0
2 comentários:
Gostei muito do texto. Shyamalan realmente precisa tirar umas férias e buscar novas referências, pois esse filme é ruim demais...
Ah, blog excelente, hein? Está devidamente favoritado...
Abração.
Pois é, esse filme foi triste mesmo. Eu sempre defendi o Shyamalan, mas dessa vez nem dá. A escolha do elenco foi a pior possível, e a história até poderia ter rendido alguns frutos, mas simplesmente não desce.
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