Verdade seja dita: a Dreamworks não quer ser a Pixar. Por um lado é uma pena, já que o estúdio de Toy Story e Wall*E está anos-luz a frente de todos em termos de tecnologia e tem uma preocupação exemplar de gerar obras-primas. Mas, por outro lado, é uma boa já que o estúdio do Shrek está mais preocupado em tirar sarro de tudo e de todos, criar personagens insanos e incorretos e mundos cheios de entranhas curiosas - e, consequentemente, gerar franquias ao explorá-las. Além de conceber ótimas histórias e nos presentear com uma boa dose de diversão inteligente. E, bem, caso vire uma obra-prima foi por mero acaso das circunstâncias. Monstros vs. Alienígenas não foge ao lado bom dessa verdade.
Não quero parecer ousado ou ultrajante, mas Monstros vs. Alienígenas foi a primeira animação a que assisti que realmente só tem graça se vista no cinema. A fotografia sem dimensões dá espaço para um visual grandioso e riquíssimo em detalhes. Em outras palavras, é impressionante. Nisto pesa o fato de o filme ter sido criado para ser exibido em 3D estereoscópio. Ah, e este foi um dos meus temores: assistir um filme em 3D sem a imersão que os óculos especiais proporcionam e ver uma animação que, por desculpa do uso dessa tecnologia, atiraria objetos o tempo todo na platéia. Com exceção de uma ou duas cenas, praticamente isso não é visto. O efeito 3D é mais de profundidade. Daí gerar uma curiosidade mórbida de assisti-lo com os tais óculos graças à ação ligeira e a grandiosidade da fotografia.
O longa da vez da Dreamworks trata de homenagear e satirizar os filmes de ficção científica B dos anos 1950, e ao faze-lo põe-se num dilema crítico: ao qual público é realmente destinado. Está certo que quem lota as sessões são os adultos, mas deveriam ter dado mais distinção nas cenas, ao invés de querer agradar a todos de uma vez. Eu pelo menos não vejo graça em piadas infantis e sei que crianças não entendem quando há uma homenagem a, por exemplo, Contatos Imediatos do Terceiro Grau. Tirando esse detalhe e o destoante, porém necessário prólogo do filme - sabendo que a personagem principal, Susan Murphy, é dublada por Reese Witherspoon e carrega nuances de sua personalidade, o início do filme mais parece uma homenagem a um dos sucessos insípidos da atriz, Doce Lar -, todo o restante do longa é um arraso.
Por fim, ao comparar Monstros vs. Alienígenas com Kung Fu Panda fica evidente a evolução na inovação técnica e no visual de cair o queixo. Também corrigiram o erro com relação às piadas. Desta vez puseram gags realmente hilariantes (a cena da apresentação dos monstros ao presidente é de chorar de rir). Contudo, faltaram aquela lições filosóficas do filme do panda Po. Há uma moral sim, porém ela passa batido ao público. Monstros vs. Alienígenas é um espetáculo pra lá de divertido e inovador, mas faltou um tantinho de ousadia criativa. Os personagens continuam insanos, mas evitam ser politicamente corretos (até porque são párias monstruosas). O roteiro é limpo e inteligente, porém criado com um único intuito: gerar dinheiro. Conseguiram. Mas o grau de satisfação não atingiu 100%. Quem sabe na próxima...
NOTA: 8,0
Não quero parecer ousado ou ultrajante, mas Monstros vs. Alienígenas foi a primeira animação a que assisti que realmente só tem graça se vista no cinema. A fotografia sem dimensões dá espaço para um visual grandioso e riquíssimo em detalhes. Em outras palavras, é impressionante. Nisto pesa o fato de o filme ter sido criado para ser exibido em 3D estereoscópio. Ah, e este foi um dos meus temores: assistir um filme em 3D sem a imersão que os óculos especiais proporcionam e ver uma animação que, por desculpa do uso dessa tecnologia, atiraria objetos o tempo todo na platéia. Com exceção de uma ou duas cenas, praticamente isso não é visto. O efeito 3D é mais de profundidade. Daí gerar uma curiosidade mórbida de assisti-lo com os tais óculos graças à ação ligeira e a grandiosidade da fotografia.
O longa da vez da Dreamworks trata de homenagear e satirizar os filmes de ficção científica B dos anos 1950, e ao faze-lo põe-se num dilema crítico: ao qual público é realmente destinado. Está certo que quem lota as sessões são os adultos, mas deveriam ter dado mais distinção nas cenas, ao invés de querer agradar a todos de uma vez. Eu pelo menos não vejo graça em piadas infantis e sei que crianças não entendem quando há uma homenagem a, por exemplo, Contatos Imediatos do Terceiro Grau. Tirando esse detalhe e o destoante, porém necessário prólogo do filme - sabendo que a personagem principal, Susan Murphy, é dublada por Reese Witherspoon e carrega nuances de sua personalidade, o início do filme mais parece uma homenagem a um dos sucessos insípidos da atriz, Doce Lar -, todo o restante do longa é um arraso.
Por fim, ao comparar Monstros vs. Alienígenas com Kung Fu Panda fica evidente a evolução na inovação técnica e no visual de cair o queixo. Também corrigiram o erro com relação às piadas. Desta vez puseram gags realmente hilariantes (a cena da apresentação dos monstros ao presidente é de chorar de rir). Contudo, faltaram aquela lições filosóficas do filme do panda Po. Há uma moral sim, porém ela passa batido ao público. Monstros vs. Alienígenas é um espetáculo pra lá de divertido e inovador, mas faltou um tantinho de ousadia criativa. Os personagens continuam insanos, mas evitam ser politicamente corretos (até porque são párias monstruosas). O roteiro é limpo e inteligente, porém criado com um único intuito: gerar dinheiro. Conseguiram. Mas o grau de satisfação não atingiu 100%. Quem sabe na próxima...
NOTA: 8,0
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